Maquiagem e pressão sobre servidores para receber a tocha

A coisa está feia na cidade, mas o governo quer que tudo pareça bem aos olhos de quem não conhece a realidade

Guapimirim obriga servidores a comparecerem a evento, mas não tem pressa em pagar os salários nem garantir remédios nas unidades de saúde e merenda suficiente nas escolas

No próximo sábado milhões de pares de olhos estarão voltados para a passagem da tocha olímpica pelo município de Guapimirim – uma pequena cidade do estado do Rio de Janeiro – e os da fiscalização da Justiça Eleitoral também, estes focando nos “papagaios de pirata”, como estão sendo chamados os candidatos a cargos eletivos nas eleições deste ano que tem comparecido a eventos e chamando de suas as realizações custeadas com o dinheiro do povo, principalmente no setor de Educação, onde a máquina pública, de acordo com denúncias feitas por professores e funcionários de apoio, estaria sendo usada para fins eleitorais.

Se os políticos ligados ao governo estão ansiosos pelo momento e dispostos a tudo para aparecerem nas imagens, servidores estão revoltados com a imposição: embora muitos estejam com salário atrasado e trabalhando em péssimas condições e convivendo com a falta de merenda para os alunos, já foram informados de que serão obrigados a comparecer ao vento, se colocar de preferência próximo de candidatos e aplaudir. Para atender as exigências do Comitê Olímpico Brasileiro na promoção da passagem da tocha, uma cidade do porte de Guapimirim tem gastos mínimos de cerca de R$ 100 mil, mas a Prefeitura diz que não está tendo despesa alguma.

Comentários:

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.