Prefeito de Mesquita some e deixa trabalhador sem salário

O prefeito Gelsinho Guerreiro foi “enterrado” ontem por trabalhadores revoltados com a falta de pagamento

Funcionários terceirizados não recebem há três meses

De janeiro de 2013 e até ontem o município de Mesquita gastou R$ 271 milhões com terceirização de mão de obra, despesa que aumentou significativamente em 2014 e 2016, anos de eleição. Em 2013 foram feitos pagamentos em favor das cooperativas Multiprof, Captar Cooper e Renacop, substituídas depois pela Cooperativa de Profissionais de Serviços Gerais (Coopsege), que faturou nos últimos anos R$ 215 milhões. Apesar do grande volume de dinheiro, trabalhadores terceirizados estão sem receber e já não sabem mais a quem apelar, pois o prefeito Rogelson Sanches Fontoura, o Gelsinho Guerreiro não é visto na cidade, não sendo encontrado nem mesmo pelos secretários. Ontem 350 trabalhadores fizeram o enterro simbólico do prefeito e caminharam em manifestação pacífica por cerca de um quilômetro. Estiveram na sede da Prefeitura e não foram recebidos por ninguém.

Principal fornecedora de mão de obra para o município, a Coopsege teve a seu favor este ano um empenho de R$ 92.366.134,22 e havia recebido até ontem exatos R$ 66.564.522,00. Os pagamentos totais feitos a ela desde 2013 somam R$ 215.308.966,65 e a cooperativa ainda tem um saldo de mais de R$ 25 milhões a receber até 31 de dezembro, mas ninguém dá qualquer esclarecimento aos trabalhadores.

De acordo com o sistema de registro de despesas da Prefeitura, em R$ 2013 a Coopsege recebeu R$ 10.538.738,18 de um empenho de R$ 17,8 milhões. No ano seguinte o total pago foi de R$ 66.871.930,00 e no ano passado a cooperativa recebeu R$ 71.333.776,47, mas os direitos dos trabalhadores não estão garantidos.

A manifestação de ontem foi organizada por terceirizados lotados na rede de Saúde, mas contou também com apoio de trabalhadores de outros setores. “Não sabemos mais o que fazer. Não estamos recebendo nosso salário e ninguém aparece para dar uma satisfação. Além do pessoal cooperativado os ocupantes de cargo comissionado, com exceção dos secretários e de alguns assessores privilegiados, também estão sem receber”, diz uma funcionária, relatando que não ainda não recebeu o mês de setembro.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.