Paracambi conta centavos, mas não deixa a ‘peteca’ cair

Além da receita menor a Prefeitura fica com menos R$ 780 mil a cada mês por conta de cobranças na Justiça de parte da dívida deixada pela gestão anterior

Menor município da Baixada Fluminense em receita, Paracambi, além da queda gerada na arrecadação pela crise econômica, está com uma perda fixa de R$ 780 mil mensais em seu orçamento, resultado da desastrosa gestão do ex-prefeito Tarciso Gonçalves (foto), que mergulhou o município no caos financeiro, deixando uma dívida de cerca de R$ 100 milhões, segundo estimativa da atual administração. O parcelamento foi definido em acordo firmado pela prefeita Lucimar Ferreira, para evitar bloqueios de valores ainda maiores exigidos na Justiça por credores da Prefeitura.

A situação é tão preocupante que ainda que o governo decidisse pagar apenas os salários dos servidores não sobraria dinheiro para quitar as pendências da gestão passada que, em outras palavras, deixou a cidade ingovernável, mas mesmo assim teve as contas aprovadas pela Câmara de Vereadores, embora o Tribunal de Contas do Estado tivesse emitido parecer contrário. Em outubro, por exemplo, a Justiça havia determinado o arresto de R$ 1,5 milhão em dois bloqueios.

De acordo com o secretário de Governo, Flávio Ferreira, a maior preocupação hoje é com a manutenção dos serviços essenciais e os vencimentos do funcionalismo. “Para fazermos as obras que pretendemos realizar teremos de contar com as emendas parlamentares e com os repasses de convênio. As dificuldades são muitas, mas não desanimaremos. Ao contrário da gestão passada, não atrasamos os salários e conseguimos pagar o décimo terceiro. Agora é continuar trabalhando sério para que o próximo ano seja melhor”, diz o secretário.

As contas de gestão referentes ao exercício fiscal de 2016 foram reprovadas pelo TCE na sessão do dia 14 de novembro, com a corte de contas apontando três irregularidades: déficit financeiro de R$10.024.620,21, dívida assumida nos dois últimos quadrimestres do mandato sem previsão de caixa para quitá-la e o cancelamento, sem justificativa, de restos a pagar processados no valor de R$1.254.919,07, além de 17 impropriedades. Entretanto, na reunião do dia 12 de dezembro, por oito votos a um, a Câmara derrubou o parecer do tribunal e aprovou a prestação de contas.

 

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