Medições teriam ocorrido na semana passada, mas boletos da concessionária dizem que o gasto teria sido aferido no começo do mês
A conta de água caiu como uma bomba na cabeça de centenas de famílias de Resende no final da última semana com a chegada dos boletos da concessionária Água das Agulhas Negras, o que está sendo alvo de questionamentos de muitos moradores. Segundo eles, a concessionária teria atrasado em aproximadamente 10 dias para fazer a leitura dos hidrômetros, o que teria feito com que eles ultrapassassem – artificialmente – suas faixas de consumo habituais. Os fatores de multiplicação para cobrança de água e esgoto em Resende obedecem a uma tabela de cinco diferentes níveis de consumo, que varia de 0 a 45 metros cúbicos, portanto quanto maior é o consumo, maior é o fator multiplicador.
Os boletos de cobrança, que normalmente são gerados por máquinas portáteis pelos funcionários da Água das Agulhas Negras no ato da leitura dos hidrômetros, chegaram entre quinta e sexta-feira da semana passada com data do começo do mês, o que deixou os moradores com a pulga atrás da orelha.
Para se ter uma ideia do enigma da leitura dos hidrômetros em Resende, o elizeupires.com teve acesso a uma dessas contas em que a concessionária “registra” um consumo de aproximadamente 30 metros cúbicos ao longo do últimos 30 dias, o que representaria um metro cúbico por dia. Segundo o documento, os dois últimos dígitos do hidrômetro da residência de uma moradora da região central da cidade seriam “08” no último dia 6. “E fui lá ver o hidrômetro no domingo dia 17. Se eu estou gastando um metro cúbico por dia e já se passaram 11 dias, era para a leitura estar terminando em “19”. Só que não, pela leitura que estava lá eu consumi dois metros cúbicos em quase duas semanas”, argumenta a moradora. Ela afirma ainda que os funcionários da Água das Agulhas Negras não foram vistos no início do mês, como de costume. “Eles vieram aqui na rua na semana passada, então eu acho que a Água das Agulhas Negras atrasou a leitura e nós é que estamos pagando a conta, porque esta demora acabou fazendo a gente saltar na tabela de cálculo. Cadê o prefeito que disse que ia moralizar a cidade”, desabafou.
