Crianças de Queimados continuam nascendo nas cidades vizinhas

Inauguração de maternidade está com mais de um ano de atraso

 

O tão esperado Hospital-Maternidade Municipal de Queimados era para ter sido inaugurado em julho de 2018, mas com o atraso das obras e pelo fato de a Prefeitura não ter pago pela desapropriação do prédio da antiga Casa de Saúde Bom Pastor, a abertura foi remarcada para setembro do ano passado. Não aconteceu. A nova data agora é junho, mês que se inicia no próprio domingo, mas pelo andar da carruagem – mesmo com a Prefeitura afirmando que 90% das intervenções já estão prontas –, pode ser que ocorra um novo adiamento. Goste ou não a administração municipal, o fato é que o atraso elevou o preço contratado em mais de R$ 800 mil, chegando hoje ao valor global de R$ 3.222.893,96, uma diferença e tanto em relação ao contrato inicial de R$ 2.413.283,16, firmado com empresa BVB Engenharia em novembro de 2017.

No dia 10 de julho do ano passado, quando a população esperava o fim de uma novela iniciada na gestão do prefeito Max Lemos – que teria glosado os repasses, provocando o fechamento da Maternidade Bom Pastor, e logo depois desapropriando o prédio, mas não garantiu o pagamento –, depois de fazer o que sua assessoria chamou de “mais uma visita técnica às obras de reforma, modernização e ampliação do Hospital Maternidade de Queimados”, o prefeito Carlos Vilela anunciou que, “após ter que fazer reforço estrutural nos três pavimentos do prédio”, pois “a estrutura estava comprometida”, os trabalhos teriam entrado na fase de acabamento.

Na visita afirmou que previsão de entrega era setembro, porque 70% já estavam concluídas. A abertura não aconteceu, mas logo depois dela o prefeito Vilela autorizou um termo aditivo de R$ 351.698,80, aumentando o valor das obras para a R$ 2.764.981,96. Virou 2018 e em fevereiro Vilela assinou mais um aditivo. Prorrogou prazo de entrega do prédio e aumentou ainda mais o preço contratado, com um reajuste de R$ 457.912,00, publicado no dia 22 de fevereiro, para anunciar um mês depois que 90% das obras estavam prontas e a maternidade seria inaugurada agora em junho.

“Avançamos bastante em relação à inspeção anterior. Não vemos a hora de entregar essa maternidade para as nossas mamães. Será uma maternidade regional, ou seja, vai atender Queimados e as cidades vizinhas. Além disso, faremos cirurgias eletivas que representam hoje uma demanda de cerca de sete mil moradores da nossa região”, afirmou o prefeito naquela terça-feira, 10 de julho de 2018.

Para quem viveu os dias de funcionamento da Casa de Saúde Bom Pastor, a unidade não teria fechado se a Prefeitura não glosasse os repasses. Verba carimbada, o dinheiro era enviado pelo Ministério da Saúde especificamente para pagar os serviços prestados pelas unidades conveniadas. Recebendo apenas R$ 200 mil mensais para fazer uma média de 300 partos mês, 250 cirurgias internar e garantir atendimento 24 horas, enquanto que o Centro Especializado no Tratamento de Hipertensão e Diabetes (CETHID) – que não interna, não opera e nem tem atendimento 24 horas recebia quatro vezes mais recursos da Prefeitura na época –, a Bom Pastor fechou as portas em 2014, no segundo ano do segundo mandato do prefeito Max Lemos.

 

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