Prefeito de Resende é acusado de mergulhar cidade em dívidas para construir alça viária que levaria o nada a lugar nenhum

Montado numa máquina administrativa que arrecada mais de R$ 500 milhões por ano – segundo dados do primeiro quadrimestre de 2019 –, o prefeito de Resende, Diogo Balieiro Diniz (foto) deverá aumentar a dívida consolidada da Prefeitura de R$ 76,6 milhões para R$ 108,6 milhões, o que representará para o bolso dos contribuintes 21,4% da receita corrente liquida.

Na última terça-feira (10), o governante conseguiu, a toque de caixa, a aprovação de quatro projetos na Câmara, que somados o autorizam celebrar R$ 17 milhões em empréstimos junto à Caixa Econômica Federal (CEF) para obras de construção de uma alça viária, que levaria o nada a lugar nenhum.

Acreditava-se que o governante pretendia abrir uma via que ligasse a região oeste à região leste de Resende, que é um projeto antigo de se abrir no município uma via expressa passando por fora da cidade e com isso fazer a ligação da região da Grande Alegria e o bairro Surubi. A alça viária milionária de Balieiro, no entanto, segundo o vereador Caio de Freitas Sampaio, não existe na prática.

De acordo com o parlamentar, os projetos enviados pelo prefeito à Casa Legislativa são de asfaltamento de trechos já existentes e quase todos já pavimentados. Um deles entre o Acesso Oeste e o Aeroporto Municipal, outro entre a Avenida Gustavo Jardim, no Centro, e o bairro Surubi e, por fim, o trecho entre a Rodoviária Graal e o bairro Jardim do Sol, que segundo o vereador já disporia de uma verba federal advinda de uma emenda parlamentar.

Fragmentação – No apagar das luzes de 2017, Balieiro também conseguiu sinal verde do Parlamento da cidade do Sul Fluminense para fazer um empréstimo de R$ 15 milhões junto à CEF para colocação de lâmpadas de led nos postes de iluminação pública da cidade. Junto com as lâmpadas vieram as contas para os moradores pagarem, já que a taxa de iluminação pública acabou aumentando em percentuais que variam entre 7% e 170%, em alguns casos. O contrato referente às lâmpadas de led acabou sendo objeto de um requerimento de informação, uma vez que estaria “na escuridão”. Mas a solicitação de informações acabou sendo barrada, uma vez que o prefeito tem a maioria dos vereadores.

Contando com um exército nomeado em cargos comissionados que custam anualmente alguns milhões aos cofres do município e um marketing de quase R$ 2,5 milhões em contrato publicitário, até o último mês de maio, a perspectiva é que o governo municipal use as redes sociais para promover mais um estardalhaço com o anúncio da tal alça viária, provavelmente sem explicar para a população que a alça do chefe leva o nada a lugar nenhum.

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