Medo da verdade leva grupo a recolher jornal em São Gonçalo

.

Grupo tira de circulação suplemento da edição de hoje do extra

Por veicular reportagem com denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-presidente da Câmara de Vereadores de São Gonçalo, Aristeo Eduardo Teixeira da Silveira, o Eduardo Goro, o suplemento do jornal Extra, editado pela empresa Infoglogo para aquela cidade foi retirado da edição desta terça-feira por um grupo de 30 homens esteve em pontos de distribuição para recolher os exemplares. O suplemento em formato tablóide, que não pode ser vendido separadamente e foi descartado da edição normal, trazia na capa a seguinte manchete: Candidato é denunciado por fraude.

O que o grupo quis evitar é que fosse lida a seguinte matéria:

Candidato é acusado de desviar R$ 57 mil da Saúde

O candidato a vereador e ex-presidente da Câmara de São Gonçalo Aristeo Eduardo Teixeira da Silveira (PMDB), conhecido como Eduardo Gordo, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro por desvio de recursos da Saúde no município.

Segundo o MPF, ele e três empresários faziam parte de um esquema de falsificação de guias para receber verba do SUS por serviços nunca prestados. O ex-vereador teria recebido um total de R$ 57 mil, em três ocasiões. Eduardo Gordo já havia sido denunciado pelo Ministério Público Estadual. O filho do político, Aristeu Raphael Lima da Silveira, também foi acusado de receber em sua conta propina destinada ao pai.

O grupo foi alvo de Operação da PF em julho de 2015. Na ação, o então vereador Amarildo Aguiar foi preso. Ele continua na cadeia.

Ainda de acordo com o MPF, apenas no esquema envolvendo as três clínicas citadas na denúncia — que hoje estão fechadas —, o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 566 mil, mas o desvio total ultrapassaria R$ 35 milhões. As fraudes aconteceram em outubro e novembro de 2005. Os denunciados vão responder por peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Eduardo Gordo disse que não vai se manifestar sobre o caso já que ainda não foi notificado pelo MPF. Sobre sua candidatura, ele afirmou que continuará na campanha por um lugar na Câmara.

Segundo o MPF, a quadrilha da qual ele faria parte falsificava guias de serviços de saúde com dados fictícios de pacientes que não existiam e simulavam atendimentos que seriam cobrados do SUS. A Secretaria municipal de Saúde, na época, era responsável por conferir a prestação de contas dos prestadores de serviço conveniados. O ex-vereador atuava nesta função. Conforme a denúncia, ele usava o cargo para constranger agentes públicos a aprovarem o pagamento integral, agindo como defensor dos conveniados. A prefeitura disse que não vai se manifestar já que a fraude aconteceu em governo anterior.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.