Irmão de Garotinho pega 12 anos de prisão por estupro

Nelson Nahim Matheus de Oliveira, apontou a acusação, tinha uma preferida de 15 anos

Nelson Nahim Matheus de Oliveira e mais 13 homens foram condenados por explorar crianças e adolescentes em Campos, onde nove dos acusados cumpriram mandatos de vereador

Terminou com a condenação de 14 réus o caso que ficou conhecido no Norte Fluminense como “Meninas de Guarus”. A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, em exercício na 3ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes, condenou a penas que variam de 6 a 31 anos de prisão os 14 acusados de envolvimento na exploração sexual de crianças e adolescentes. Um dos réus é o ex-vereador Nelson Nahim Matheus de Oliveira, irmão do ex-governador Anthony Garotinho, sentenciado a 12 anos de reclusão em regime fechado pela prática dos crimes de estupro e coação no curso do processo.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Nelson Nahim foi apontado por sua relação com uma adolescente de 15 anos de idade, conhecida por “Barbie Girl”, com quem mantinha encontros sexuais no sítio Nossa Senhora das Graças, de sua propriedade, na localidade de Caixeta, em Campos. A denúncia apontou ainda que a menina recebia tratamento diferenciado por ser a favorita de Nahim e ter o número dele gravado no celular.

Do processo consta que entre maio de 2008 a maio de 2009, Leílson Rocha da Silva e os ex-vereadores Thiago Machado Calil e Fabrício Trindade Calil mantiveram em cárcere privado crianças e adolescentes, com idades variadas, algumas delas na faixa dos oito e 11 anos, para a prostituição e a exploração sexual. “Privados de liberdade”, relata a acusação, “15 jovens viviam em quatro casas geminadas na Rua Ary Ribeiro Vaz 92, em Custodópolis, Guarus”. Elas, segundo foi denunciado, “eram obrigadas a consumir entorpecentes oferecidos pelos três responsáveis pela exploração e também eram levados de carro aos locais dos programas sexuais”. Leilson foi condenado a 31 anos de prisão; e Thiago e Fabrício, a 25 anos e oito meses cada um, em regime fechado.

O outros condenado a 31 anos de prisão é o policial militar Ronaldo de Souza Santos, enquanto o empresário Renato Pinheiro Duarte, apontado como dono de motéis na cidade que serviam para os encontros dos clientes com as crianças e adolescentes, terá de cumprir pena de 14 anos de reclusão.  Os demais condenados são: o ex-vereador Marcos Alexandre dos Santos Ferreira (sete anos), Jayme Cesar de Siqueira (seis anos), Dovany Salvador Lopes (oito anos), Sérgio Crespo Gimenes (um ano e seis meses), Gustavo Ribeiro Poubax Monteiro (oito anos); Cléber Rocha da Silva (seis anos e seis meses) e os PMs Robson Silva Barros Costa e Fábio Lopes da Cruz (oito anos, cada um). 

O esquema foi descoberto com a denúncia ao Conselho Tutelar por uma das menores explorada. Ela conseguiu fugir da casa em que era mantida em cárcere privado. No processo consta que “as testemunhas revelaram que os valores cobrados pelos acusados para os programas das crianças, adolescentes e mulheres maiores de 18 anos eram proporcionais ao tempo de duração, variando entre R$ 80 e R$ 300,00.

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