Monitoramento diário na Baía de Guanabara já começou

Ecobarcos e ecobarreiras são os equipamentos usados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Foto: Maurício Pingo)

Mas o cuidado é só durante as Olimpíadas: coletas serão feitas nas raias olímpicas e rampas de acesso dos atletas à água até setembro

O projeto de despoluição da Baia de Guanabara foi divulgado pela primeira vez em 1987, durante a gestão do governador Moreira Franco. Desde então já se consumiu muitos milhões de dólares, dezenas de convênios foram firmados, mas a sujeira continua lá. Agora, como paliativo, anunciou-se um monitoramento diário que começou nesta quinta-feira, mas a medida é só para os jogos olímpicos. Segundo o secretário do Ambiente, André Correa, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) passa a fazer diariamente o monitoramento da qualidade da água nos pontos onde haverá as regatas olímpicas dos Jogos Rio 2016 até o término das Paraolimpíadas, no dia 18 de setembro. “É para dar mais segurança e transparência”, diz ele, acrescentando que o órgão está trabalhando junto com a Organização Mundial de Saúde. Para o secretário, o maior desafio é a remoção do lixo flutuante, e não a qualidade das águas. Para isto 12 ecobarcos e 17 ecobarreiras estão prontos para funcionar durante os jogos. E depois?

O esforço para manter os pontos livres do lixo flutuante durante as competições contam com um software que indica os possíveis locais de concentração dos resíduos de acordo com a previsão de marés, correntes marítimas e condições meteorológicas do ambiente da Baía de Guanabara. Monitorados por satélite, os 12 ecobarcos recebem orientação para combater os pontos de lixo no espelho d´água da baía e a frota tem capacidade para remover uma média de 40 toneladas de lixo flutuante por mês.

Quanto às ecobarreiras, elas estão instaladas na foz dos principais rios e canais que deságuam na Baía de Guanabara e contam com serviço de recolhimento e transporte do lixo retirado para os aterros sanitários dos municípios do entorno. Elas estão no canal do Mangue, em Santo Cristo; nos canais da Rua Darcy Vargas, do Cunha, da Vila dos Pinheiros, Baixa do Sapateiro, Nova Holanda e Rio Ramos, no Complexo da Maré, no Rio Irajá, na Penha; no Rio Meriti, Rio Iguaçu, Rio Sarapuí e Rio Estrela, em Duque de Caxias; e no Rio Bomba, na divisa entre São Gonçalo e Niterói; Rio Marimbondo e Rio Imboassu, em São Gonçalo, e Rio Brandoas e Canal do Rio Maruí, em Niterói. Somente a do Canal do Cunha evitou que 208 toneladas de resíduos sólidos chegassem às águas da baía no último mês.

“Com esse reforço operacional, todas as medidas previstas para manter as raias olímpicas da Baía de Guanabara livres do lixo flutuante estão em execução. Lixo zero em baía não tem em lugar nenhum do mundo. Aqui temos uma particularidade, encontramos sofá, televisão, pneu nas águas da Baía. Por isso, implantamos um sistema mecanizado, organizado, por intermédio dos ecobarcos”, ressalta André Correa.

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