Guapimirim joga dinheiro fora em obra de creche

O prefeito Marcos Aurélio afrouxa nos prazos de entrega, reajusta valor de contrato e obra não sai

Empresa recebeu mais da metade do valor inicial do contrato e abandonou obra

As mães residentes no bairro Iconha, em Guapimirim, ainda vão esperar muito para terem um lugar onde deixar seus filhos enquanto trabalham. É que a tão sonhada creche que já consumiu R$ 773 mil não passa de uma obra inacabada, com menos da metade das intervenções previstas no projeto original concluídas, um verdadeiro descaso para com a população e um ato de irresponsabilidade da administração municipal, que mesmo diante da lentidão com qual a empresa contratada vinha tocando os serviços, firmou três termos aditivos, dois estendendo o prazo de conclusão e um majorando o valor contratado, que passou de R$ 1,402 milhão para R$ 1,724 milhão.

De acordo com os processos administrativos 7932/2013 e 8750/2016 aos quais o elizeupires.com teve acesso, as coisas já começaram erradas em relação à contratação da empresa MVC Componentes Plásticos (sediada em São José dos Pinhais, no estado do Paraná), pois o contrato foi firmado em abril de 2014 e a MVC recebeu prazo de 12 meses para entregar pronta a Creche Amélia Maria da Conceição Ulrich, mas antes mesmo de iniciar a obra já pediu que o prazo fosse estendido e conseguiu. Depois veio o segundo termo aditivo, no qual a empresa alegou desequilibro financeiro para obter um reajuste de 22,99% no contrato, com o prefeito Marcos Aurélio Dias autorizando um empenho de mais R$ 322.327,18 sobre o valor global do contrato, que era de R$ 1.402.219,40, passando a creche Amélia Maria a custar R$ 1.724.696,58.

O processo para a construção da creche que atenderia as crianças do bairro Iconha foi aberto a partir do Ofício 690, assinado no dia 23 de setembro de 2013 por Maria Cecília Faria Pinto, pela então secretária de Educação, através do qual ela solicitou a unidade. O processo tramitou rápido e no dia 21 de outubro o Contrato 28/2013 foi homologado pelo prefeito. A ordem de serviço para o início da obra foi assinada no dia 16 de abril de 2014, o que significa dizer que a creche deveria ter sido entregue no dia 16 de abril do ano seguinte, mas em vez de começar a construção a MVC esperou até o dia 28 de outubro daquele ano e pediu mais um ano de prazo, o que foi consentido em março de 2015, embora a empresa tivesse recebido em 2014 o total de R$ 380.604.92.

Com a complacência da administração municipal os atrasos continuaram. No ano passado, quatro meses após conceder mais prazo para a conclusão da obra, o prefeito Marcos Aurélio Dias autorizou o segundo termo aditivo, acrescentando R$ 322.237,18 ao valor do contrato e pagou à MVC R$ 383.471,13 no exercício de 2015. O tempo foi passando e mesmo recebendo as faturas em dia a empresa não concluiu a creche e em março deste ano consegui mais seis meses de prazo. Chegou setembro, veio outubro, nada de creche e mais uma vez a Prefeitura fez corpo mole: a obra parou de vez em agosto e somente no dia 26 de outubro é que o secretário de Educação Rui Aguiar notificou à empresa – através dos Correios – sobre a obrigatoriedade de retomar a construção.

Comentários:

  1. Agora estamos em Dezembro…e nada se fará.
    Dinheiro jogado no lixo!
    Cadê o Ministério Público?
    Será que a carta foi na época em que os Correios estavam em greve?
    To achando que não ficou pronta por causa do Ego.

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