Saquarema tem dois “caciques”

Marido da prefeita estaria despachando mesmo sem ser secretário

Barrado no baile eleitoral pela Lei da Ficha Limpa, o ex-prefeito Antonio Peres Alves (foto), ficou de fora da disputa, mas não do poder. Embora não esteja nomeado para o secretariado ele tem sido visto na sede da Prefeitura de Saquarema, despachando e se reunindo com políticos e empresários. Peres é marido da prefeita Manoela Ramos de Souza Gomes Alves, lançada candidata em substituição a ele, que teve o registro impugnado pela Justiça Eleitoral. De acordo com informações de servidores, Peres tem comparecido com freqüência à sede do governo e até comandado reuniões. Segundo alguns vereadores, o município tem agora dois governantes. “Um de direito e outro de fato”, emendam.

No dia 5 de maio do ano passado Peres foi conduzido coercitivamente pela polícia à delegacia local para prestar depoimento em inquérito no qual é acusado de distribuir a correligionários terrenos que deveriam ser doados a famílias carentes. A condução ocorreu dentro da operação “Afilhados da Sorte”, resultado de cinco meses de uma investigação que terrenos do patrimônio público foram doados para pessoas ligadas ao a Peres, o que ocorreu entre 2000 e 2008, período em que o acusado cumpriu dois mandatos consecutivos.

Além da acusação de distribuir terrenos a aliados, Antônio Peres tem contra si uma condenação do Tribunal de Contas pela qual ele é obrigado a devolver R$ 434.636,80 aos cofres do município por conta de superfaturamento na aquisição de medicamentos para o Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth, em contrato firmado em setembro de 2003 com a empresa Live Aid Comércio de Material Médico Hospitalar.

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