Silva Jardim não tem médico nem remédio…

…mas dinheiro para isso existe: 15% do gasto com pessoal é com médicos e licitação de R$ 1,7 milhão não garante medicamentos na rede municipal de Saúde

Os recursos destinados ao setor de Saúde são garantidos pelo governo federal e repassados mensalmente, mas em Silva Jardim – uma das menores cidades do estado do Rio de Janeiro – o dinheiro entra, sai e a população fica sem entender a razão da precariedade dos serviços prestados na rede municipal de Saúde, principalmente a falta de médicos e remédios. No mês de fevereiro, por exemplo, só com médicos a Prefeitura gastou R$ 570.446,74, mas quem tem procurado atendimento nos postos da rede reclama que não consegue ser atendido por causa da falta desses profissionais. Porém, na folha de pagamento aparecem 67 deles, 12 com dois vínculos, alguns com vencimento bruto variando entre R$ 27 mil e R$ 31 mil, já que uns atuam com duas matrículas de efetivos e outros como efetivos e contratados. Com cerca de 22 mil moradores, considerando os 79 vínculos, o município tem um médico para grupo de 278 habitantes, uma situação privilegiada, já que a média no Brasil é de um 1/622.

Se os gastos com pessoal são considerados elevados para uma cidade pequena como Silva Jardim, as despesas com aquisição de medicamentos e materiais de consumo são maiores ainda. O problema é que a Prefeitura tem deixado faltar muitos itens de remédios, mesmo tendo contrato com vários fornecedores. No dia 19 de dezembro, por exemplo, foi realizada uma licitação para compra de medicamentos no valor estimado de mais de R$ 1,7 milhões. Ninguém sabe quem venceu o Pregão 064/2016, se os remédios foram entregues e se foram onde estão, já que a Prefeitura não divulga nenhuma informação nesse sentido.

Ontem na Unidade de Atendimento Pré-Hospitalar Ângela Maria da Costa Brito e no Ambulatório de Especialidades a informação era de falta de remédios e de materiais básicos, situação no mínimo estranha, já que no dia 20 de janeiro o prefeito Anderson Alexandre autorizou o pagamento de uma fatura de R$ 416 mil emitida pela empresa G. S. Marcatti Comércio e Distribuidora pelo fornecimento de “material medico de uso único (luva, filme RX e lâmina)”.

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