Empresa que derrubou secretário será investigada em Rio das Ostras

Marcelino Borba disse ter comido uma nota fiscal relativa aos serviços da terceirizada da Saúde no mês de janeiro

Nota atestada em favor da terceirizada na Saúde tinha “gordura” de R$ 255 mil

Com um contrato de cerca de R$ 14 milhões renovado sucessivamente na gestão do prefeito Alcebíades Sabino através de termos aditivos, a empresa Mississipi Empreendimentos – responsável pelo fornecimento de mão de obra terceirizada para a limpeza do hospital municipal e do pronto socorro de Rio das Ostras – terá de explicar porque não têm pago com regularidade os salários dos trabalhadores. Providências nesse sentido estão sendo tomadas pela Câmara de Vereadores, que quer saber quanto a empresa recebeu do município nos últimos quatro anos e se a Mississipi tem recolhido as contribuições previdenciárias e o Fundo de Garantia dos funcionários. A relação entre a terceirizada e governo ficou balançada a partir de fevereiro, quando uma nota fiscal de R$ 650 mil atestada no curto período do vereador Marcelino Borba como secretário de Saúde, teve o valor questionado pelo prefeito Carlos Augusto Balthazar, que depois de analisar a medição relativa aos serviços prestados no mês de janeiro mandou pagar o total de R$ 395 mil. O mais estranho é que ao ser questionado sobre o destino da fatura atestada em sua gestão, o ex-secretário respondeu de forma inesperada: “Comi!”

Insatisfeito por ter o valor da nota contestado, o farmacêutico Marcelino Carlos Dias Borba – que ao ser convidado para assumir a Secretaria de Saúde – ganhou autonomia para montar sua equipe de trabalho, pediu demissão do cargo, reassumiu o mandato de vereador, passou a fazer oposição ao governo e tem responsabilizado sua ex-equipe pelo atesto da fatura de R$ 650 mil. Marcelino disse na Câmara que quem atestou a nota foi induzido a isso e que ele se sente traído, tendo até ficado “doente com isso”.

O contrato da Secretaria Municipal de Saúde com a Mississipi Serviços tinha o valor inicial de R$ 12.311.369,56 e chegou a 2016 com o custo global de R$ 14 milhões. Depois do episódio da nota de R$ 650 mil o prefeito mandou auditar o contrato, por acreditar que os valores cobrados por cada trabalhador terceirizado esteja muito alto. Ao analisar a cobrança feita pelo serviços prestados durante o mês de janeiro o prefeito constatou que o valor não correspondia com o volume de funcionários colocados para trabalhar pela terceirizada nem com os serviços prestados. “Estava alto demais”, afirmou o prefeito.

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Comentários:

  1. População de Rio das Ostras-RJ,após ler o acontecimento na secretária de saúde pensem nos seus votos para Prefeito.
    A corrupção política é apenas uma consequência das escolhas do povo.

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