Aterro com lixo é denunciado em Casimiro de Abreu

A montanha de lixo teria de ser removida, mas moradores revelam que o aconteceu foi o aterramento da área

Área de antigo lixão era para ter sido limpa com a remoção completa dos resíduos

Condenado em maio de 2014 por prática de crime ambiental, o prefeito de Casimiro de Abreu, Paulo Dames Passos (PSB), teve o nome mencionado em mais uma polêmica envolvendo agressão ao meio ambiente e um novo processo pode estar a caminho. Dessa vez é em relação a área aonde a Prefeitura vinha depositando o lixo recolhido nas ruas da cidade. O terreno anexo a uma usina de compostagem existente na localidade de Ribeirão era para ter sido limpo há muito tempo, com a remoção dos resíduos que lá estavam para uma central de tratamento. Entretanto, de acordo com moradores da região, há poucos dias o lixo foi espalhado e coberto, o que pode ter ampliado a contaminação.

A limpeza da área estava inserida em um Termo de Ajuste de Conduta firmado em março de 2011 entre a administração municipal e o Ministério Público Federal. Na época o procurador da República Flávio de Carvalho Reis deu prazo de seis meses ao então prefeito Antonio Marcos Lemos para que fosse apresentado um estudo técnico sobre o volume de resíduos lá depositados, as condições dos equipamentos da usina e o nível de contaminação. A partir disso a área não poderia ser mais usada e o lixo teria de ser retirado. Esta semana, entretanto, moradores revelaram que o lixão fora revolvido por máquinas a serviço da Prefeitura, que teriam espalhado o lixo e enterrado.

Na mesma época da assinatura do TAC os procuradores Ministério Público do Trabalho Fábio Luiz Mobarak Iglessia e Renato Silva Baptista fizeram uma inspeção no lixão e constataram, entre outras irregularidades, a falta de equipamentos de proteção individual e acondicionamento inadequado do lixo hospitalar. Sobre a condenação de Dames pela Justiça Federal em 2014 ela se deu numa ação na qual ele foi denunciado pelo MPF por ter autorizado a extração irregular de recursos minerais em área de proteção de proteção ambiental em 2002. Dames foi considerado responsável pela exploração irregular de areia e saibro, o que causou vários danos à Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João. Nesse processo a sentença inicial foi de um ano e três meses de prisão, mas foi substituída por penas alternativas.

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