Festa do trabalhador em Resende pode acabar em inquérito

Com a insatisfação dos servidores concursados a festa acabou se transformando em comemoração para cargos comissionados; contratados também não festejaram, pois estariam sem pagamento

Servidores não participam e lista de presença teria sido pressão para comissionados comparecerem

A comemoração do Dia do Trabalho em Resende, cidade do Sul Fluminense, poderia ter sido realmente uma festa, mas faltou o principal, os trabalhadores que carregam o município nas costas, restando aos ocupantes de cargos comissionados comparecerem ao Estádio do Trabalhador, tentando lotar o espaço, “motivados” por uma lista de presença que teria de ser assinada. Sem motivos para comemorar (estão sem aumento desde 2014) a maior parte dos funcionários efetivos preferiu aproveitar o feriado em outro lugar e o pessoal lotado na Unidade de Pronto Atendimento nem isso pode fazer, pois muitos ainda não teriam recebido o salário de março. Como já vem ocorrendo há pelo menos dois meses, choveram reclamações contra a administração municipal, questionamentos sobre quem pagou o cachê das bandas anunciadas – já que integrantes do governo afirmaram nas redes sociais que as apresentações dos artistas seria “doação sem custo para a Prefeitura”, o que não teria sido publicado por meio de um extrato de doação, conforme determina a lei – e sobre supostos casos de assédio contra os servidores que teriam sido intimidados a comparecer à comemoração.

A explicação a baixa adesão à festa estaria na falta de prestigio do prefeito junto aos servidores efetivos, já que durante a campanha eleitoral de 2016, o então candidato Diogo Balieiro Diniz prometeu cumprir a risca todos os benefícios previstos no Estatuto do Servidor, o que não fez até agora. Distante do que prometeu, Diogo decidiu engatar uma marcha ré logo nos primeiro dias de seu governo ao baixar um decreto suspendendo todas as gratificações possíveis ao funcionalismo por um período de dois anos. No caso da UPA, o problema se arrastou até o começo de abril quando a Prefeitura decidiu municipalizar a unidade de saúde. O episódio foi sucedido por um edital relâmpago para a contratação simplificada dos profissionais responsáveis pela continuidade do atendimento, já que o documento foi publicado no dia 6 de abril com um prazo de inscrição de pouco mais de 24 horas.

Outra nuvem que paira sobre o governo é a convocação dos cerca de 350 profissionais para cargos de natureza permanente, que foram aprovados em concurso público realizado no ano passado. O caso inclusive é alvo de uma investigação do Ministério Público que tenta apurar se o prefeito estaria lançando mão de cargos comissionados, nomeados por ele, para atuarem nas funções que já deveriam estar ocupadas pelos candidatos aprovados no concurso, o que explicaria o fato de algumas categorias estarem sendo ignoradas no que diz respeito à convocação.

Em outra frente, o MP apura denúncia de “furada de fila”, já que pelo menos duas psicólogas que ficaram no fim da fila de classificação já estariam trabalhando. Uma delas, a que em 399º lugar no concurso foi nomeada para um cargo índice CC3 na Secretaria de Saúde e a 287ª classificada em um cargo CC1, na Secretaria de Serviços Públicos. Os denunciantes revelam ainda que para a área de Farmácia o concurso ofereceu seis vagas e o prefeito já contratou oito profissionais e entre eles há também quem não se classificou dentro do numero de vagas e até quem nem do concurso participou.                       

Comentários:

  1. Este governo já tá colecionando inquéritos como o anterior!! E que não deram em nada! E nos servidores ficamos mesmo a ver navios!! Com pagamentos defasados, abaixo do mínimo mas com cobranças extratosfericas!!!

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