Servidores de Resende podem se levantar contra o governo

Durante a campanha Diogo Balieiro prometeu o “céu” aos servidores, mas lhes deu o “inferno” (Foto:Divulgação/PMR)

Prefeito revolta o funcionalismo ao cortar direitos de uns e beneficiar a quem lhe interessa

Os servidores municipais de Resende farão amanhã (9), uma paralisação de 24 horas contra o jeito Diogo Balieiro Diniz. O prefeito venceu as eleições de 2016 prometendo o “céu” para os funcionários que agora estariam vivendo um “inferno” com o que seria uma política de indiferença e corte de benefícios, segundo a Associação dos Professores e o Sindicato dos Servidores Municipais, organizadores do movimento que poderá ser prorrogado por tempo indeterminado.  Pelo andar da carruagem, Diogo parece não ter assimilado que o Brasil é uma República. Eleito com promessas de renovação e valorização dos servidores públicos municipais, categoria a qual ele se diz orgulhoso de integrar, Balieiro resolveu engatar uma marcha ré e ao que tudo indica implantou um modelo de governo com algumas características do patriarcalismo, um modelo social adotado na formação do país, onde imperavam, entre outras coisas, os interesses e a ostentação familiar.  Neste sentido, o prefeito não economizou a tinta de sua caneta para nomear, contratar e conceder o que seria um pacote de benesses para parentes e afins. Também não hesitou em publicar, já em seus primeiros dias de governo, um decreto em que suspendeu por dois anos uma série de gratificações estatutárias que poderiam melhorar o ganho salarial dos funcionários.

Os cargos comissionados – quase 1200 no total – também já teriam sitiado boa parte da administração municipal. Enquanto engordou o número de CCs, Balieiro parece ter cruzado os braços para uma parcela de aproximadamente 50% dos concursados, que segundo os organizadores da greve, já estariam com rendimentos abaixo do salário mínimo nacional, o que é proibido pela Constituição. Mas se os CCs se multiplicaram, o desgaste do prefeito também seguiu no mesmo ritmo e não faltaram motivos para isso. Um deles foi a resistência de Diogo Balieiro em convocar os profissionais aprovados no concurso 003/2016, o que inclusive é objeto de investigação do Ministério Público, já que muitos concursados estariam sendo substituídos pelos CCs do prefeito além de uma suposta “furada de fila” que neste caso estaria beneficiando pessoas aprovadas nas últimas colocações do concurso, em detrimento dos primeiros colocados.

No dia 6 de abril, a Prefeitura também publicou  um edital relâmpago que estabelecia um prazo de 24 horas como prazo de inscrição em um processo seletivo para contratação dos profissionais que seriam contratados para atuarem na Unidade de Pronto Atendimento (UPA)da Cidade da Alegria. A suposta manobra foi vista como um jogo de cartas marcadas para formalizar a contratação de pessoas que já estariam selecionadas pelo prefeito. Diante da repercussão, o prazo de inscrição acabou sendo ampliado para 11 dias.  

 

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