Tribunal alerta sobre ‘emergência fabricada’ em Belford Roxo

O prefeito Wagner dos Santos Carneiro mandou para o TCE um edital de licitação cheio de erros, o que já está sendo visto como “malandragem” dos gestores públicos para poderem estender os contratos emergenciais

Contrato para coleta de lixo foi renovado sem licitação. Edital tinha 29 erros e foi rejeitado pelo TCE

Vinte e nove erros no edital levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender a concorrência pública marcada pela Prefeitura de Belford Roxo para escolher uma empresa de coleta de lixo, serviço que desde janeiro vem sendo prestado a partir de um contrato precário. Com isto a empresa Força Ambiental, que está no mercado há pouco mais de três anos, ganhou mais uma emergencial, a sexta em nove meses, pois vem operando deste modo em pelo menos mais dois municípios (Queimados e Petrópolis) com contratos sem licitação que somam mais de R$ 50 milhões. Como os editais errados parecem ter virado regra para que – uma vez rejeitados pela Corte de Contas – as prefeituras possam firmar contratos alegando urgência, o TCE já alertou aos prefeitos para o que classifica de “emergências fabricadas” e promete pegar pesado contra os insistentes, que além dos “editais malandreados”, costumam não fazer as correções determinadas pelo tribunal.

O primeiro contrato sem licitação da Força Ambiental em Belford Roxo foi feito em janeiro, com prazo de 180 dias e valor global de R$ 13.909.575,78. O compromisso venceu em junho e foi renovado por mais 90 dias pelo total de R$ 6.954.787,89. O valor estimado na concorrência suspensa é R$ 39.936.526,92 e terá que ser baixado, pois entre as exigências feitas pelo Tribunal de Contas para a correção dos erros estão vários itens que podem contribuir pela redução dos custos na prestação do serviço.

O edital de Belford Roxo foi reprovado pelo TCE no dia 11 de julho, na mesma sessão em que foi analisado e rejeitado o edital do município de Petrópolis, onde a Força Ambiental teve o contrato – também sem licitação -, com valor global de cerca de R$ 12 milhões assinado em janeiro renovado por conta da reprovação do edital, no qual foram encontrados 36 erros.

Irregularidades no edital também beneficiaram a Forma Ambiental em Queimados, município onde a empresa vem operando desde o final do ano passado, com um contrato emergencial de seis meses no valor de R$ 8.779.002,00. A empresa vai ficar mais um tempo trabalhando por lá sem licitação na cidade porque a concorrência que aconteceria no dia 20 de junho foi cancelada.

No caso de Belford Roxo o conselheiro substituto Marcelo Verdini Maia, ao proferir o voto pela rejeição do edital fez o seguinte alerta: “eventual revogação do certame com sucessiva contratação emergencial poderá vir a ser considerada emergência fabricada, com a penalização dos responsáveis”.

 

Documento relacionado:

Decisão do Tribunal de Contas

 

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Comentários:

  1. Em resposta a oito mensagens fora do assunto –
    A matéria fala sobre o contrato emergencial do lixo e nada tem a ver com servidores e salários. O elizeupires.com não veicula comentários fora do contexto, pois isso em nada contribui para o debate.

  2. [quote name=”Observador”]Aqui em Belford Roxo o prefeito faz o que quer e ponto final.[/quote]

    Com a Câmara de Vereadores que temos o prefeito realmente pode fazer o que bem entender.

  3. [quote name=”Moderador”]Em resposta a oito mensagens fora do assunto –
    A matéria fala sobre o contrato emergencial do lixo e nada tem a ver com servidores e salários. O elizeupires.com não veicula comentários fora do contexto, pois isso em nada contribui para o debate.[/quote]

    O problema é que o servidor se acha o centro do universo. Tudo no município pode estar ruim, mas se a coisa estiver boa para o lado dele dane-se o resto. Esse contrato é uma imoralidade e o serviço prestado, desculpem o trocadilho, é um lixo.

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