Garotinho e Rosinha foram presos hoje no Rio

Agora são três ex-governadores fluminenses na prisão: Sergio Cabral, Garotinho e Rosinha

Acusação agora vai além da Operação Chequinho

Dois ex-governadores do Rio de Janeiro foram presos na manhã desta quarta-feira em operação realizada pela Policia Federal em apoio ao Ministério Público de Campos. Anthony Garotinho e Rosinha Matheus foram levados para a sede da PF e os agentes prenderam outras seis pessoas. Eles são acusados de envolvimento em um suposto esquema de captação de recursos ilegais para as campanhas eleitorais, denunciado por um dos delatores da JBS, Ricardo Saud. O casal foi encontrado em um apartamento da Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, bairro da Zona Sul da capital fluminense, onde mora. De acordo com o que foi apurado até agora, os presos integrariam uma organização criminosa montada para arrecadar recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar campanhas eleitorais, inclusive com prática de extorsão. Entre os acusados está o presidente nacional do PR  Antônio Carlos Rodrigues, que teria intermediado repasse ilegal para a campanha do ex-governador em 2014. Rodrigues já foi Ministro dos Transportes.

As ordens de prisão foram expedidas pelo juiz Glaucenir de Oliveira, titular da 98ª Zona Eleitoral de Campos, cidade do Norte Fluminense da qual Rosinha foi prefeita de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2016. É o mesmo magistrado que mandou prender Garotinho por outras duas vezes, no processo gerado pela Operação Chequinho, realizada pela Polícia Federal em apoio ao Ministério Público, que investigava fraudes em um programa assistencial de complementação de renda da Prefeitura campista durante a campanha eleitoral do ano passado.

Em agosto, ao depor na Superintendência da Polícia Federal no Rio, o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, revelou que repassou R$ 2,6 milhões, via caixa dois, à campanha de Garotinho. Saud contou que o valor era parte de um total de R$ 20 milhões destinado pelo grupo empresarial para comprar apoio do PR e do PT, dinheiro que teria saído de uma “’poupança’ feita com benefícios irregulares conquistados pela empresa, como linhas de crédito no BNDES”.

Foi apurado ainda que o esquema funcionou para as campanhas de Garotinho a deputado federal, em 2010; de Rosinha à reeleição na prefeitura de Campos, em 2012; e com candidatos a vereadores aliados em 2016.

Para conseguir os decretos de prisão o Ministério Público alegou a organização criminosa ainda está em atividade, tentando intimidar testemunhas e obstruir as investigações.

*Matéria atualizada às 10:07 do dia 22 de novembro de 2017

 

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