Devassa do MP em contratos do ex-prefeito Dennis Dauttmam pode ser ainda mais ampla em Belford Roxo: atual gestão colabora

Dennis Dauttmam e João Magalhães são alvos de investigação do Ministério Público

Gente que entende do riscado e que acompanhou de perto a gestão do ex-prefeito Adenildo Braulino dos Santos, o Dennis Dauttmam (PC do B) acha que ele deveria se cercar de bons advogados, pois algumas ações penais podem estar a caminho. Entende que o cumprimento de 36 mandados de busca e apreensão em residências na cidade e na Zona Oeste do Rio, em endereços comerciais e na própria Prefeitura – por conta de um inquérito que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro – ocorrido na última quarta-feira, pode ter sido apenas o começo e que muita água ainda deve rolar debaixo dessa ponte. Acredita-se que podem vir à tona supostas irregularidades em contratos firmados entre 2013 e 2016 também na área da Educação. Em novembro de 2017, por exemplo, o Tribunal de Contas apontou que só em 2016 Dennis gastou, de forma irregular, mais de R$ 2 milhões do Fundeb, além dos R$ 19.064.036,23 que, ainda de acordo com o TCE, teriam saído da conta do fundo sem comprovação.

No inquérito sobre o suposto esquema de lavagem de dinheiro o Ministério Público encontrou indícios de que pelo menos R$ 34,4 milhões de recursos destinados ao setor de saúde pode ter sido desviados para contas de pessoas físicas e jurídicas, a partir da contratação de empresas para prestação de serviços médicos ligadas ao ex-secretario de Administração, João Magalhães da Silva, o Joãozinho.

De acordo com o Demonstrativo de Distribuição de Arrecadação do Banco do Brasil, em 2016 os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação para Belford Roxo somaram R$ 134,6 milhões, muito mais dinheiro do que o entrado no ano passado, quando as transferências do Fundeb atingiram o total de R$ 123,8 milhões.

Os números do Tribunal de Contas sugerem que, se quisesse, Dennis Dauttmam – que deixou de pagar os meses de novembro, dezembro e mais o décimo terceiro de 2016 aos professores, mesmo tendo os recursos garantidos pelos repasses do Fundeb, poderia ter quitado tudo, pois tinha os recursos em caixa. Segundo o TCE, Dennis empenhar só 84,77% dos recursos recebidos do fundo, gastou irregularmente R$2.001.810,00 do Fundeb e permitiu a saída de R$ 19.064.036,23 da conta sem que as despesas ficassem comprovadas. Por causa disso a prestação de contas do ex-prefeito recebeu parecer prévio contrário e agora será submetida ao crivo da Câmara de Vereadores.

 

Documento relacionado:

Decisão do TCE

 

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