Araruama tem vereador ‘pré-pago’

Membros da Câmara estariam recebendo o salário antes do mês trabalhado

 

Na iniciativa privada ou no serviço público os salários dos funcionários são pagos somente depois do mês trabalhado e, dependendo do município, a data de pagamento ultrapassa em muito o quinto dia útil, limite fixado em lei. Porém, na Câmara Municipal de Araruama, na Região dos Lagos, os vereadores estariam recebendo seus subsídios logo no inicio do mês, antes de trabalharem, se é que se pode chamar de trabalho o exercício de um mandato que exige apenas oito reuniões ordinárias por mês.

A antecipação do subsídio não é uma prática comum e não se tem notícia de que isso ocorra em nenhuma outra cidade no estado do Rio de Janeiro, mas em Araruama o adiantamento de salário já estaria ocorrendo há alguns anos. A prática, entretanto, só vale para os “nobres edis” e a revelação – feita por pessoas ligadas à própria Casa – surge no momento em que o Ministério Público está investigando a frequência dos servidores da Prefeitura cedidos ao Poder Legislativo e dos assessores lotados nos gabinetes.

Agentes do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP), do Ministério Público estiveram na Câmara de Araruama pelo menos duas vezes, uma delas no dia 17 de julho, mesma data em que o presidente Carlos Alberto Siqueira da Silva, o Russo, decidiu pedir mais 30 dias e licença sem vencimento.

A estimativa é de que a Câmara teria cerca de 65 cedidos e quase 100 pessoas na folha de pagamento, mas na verdade é impossível precisar o tamanho da estrutura administrativa, uma vez que não são encontradas em seu site oficial informações como as despesas de pessoal nem os vencimentos pagos.

 

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