Com fim do contrato Japeri pode ficar livre dos ‘sucatões’

Resta saber se haverá nova licitação e se a Prefeitura vai garantir transparência


Gente próxima do prefeito interino de Japeri, Cezar Melo, diz que ele pretende fazer tudo diferente, por ordem na casa e consertar o que está errado. Se for isso mesmo, Melo poderia começar tirando de circulação os ônibus sucateados alugados pela Prefeitura para transportar os alunos da rede municipal de ensino, serviço que já consumiu R$ 3,4 milhões, preço alto demais considerando o estado precário dos veículos, que até bem pouco tempo estavam em situação irregular junto ao Detran, em alguns casos, com documentação atrasada há mais de três anos. O contrato com a empresa dona dos ônibus, já venceu e em vez de renová-lo o prefeito deveria fazer uma nova licitação, mas o que se comenta nos corredores do poder local é que a firma não seria substituída, porque já regularizou os documentos da frota.

 De acordo com uma fonte ligada ao governo, embora não seja gestora dos recursos destinados ao seu setor, a secretária de Educação, Roberta Bailume, já teria encaminhado as exigências para uma nova licitação, entre elas a de ônibus com no máximo dois anos de uso, equipados com cintos de segurança em todos os bancos e devidamente certificados, detalhes que a Controladoria Geral do município e a Comissão Permanente de Licitação deixaram passar batido no pregão do ano passado, através do qual a JL Transporte e Construção – que já tinha sido contratada emergencialmente antes – ganhou um segundo contrato no valor de R$ 2.712.608,69 por 11 meses de serviços.

O problema, diz a fonte, é que a licitação não é feita pela Secretaria de Educação e muito menos o contrato é firmado através dela.

O primeiro contrato com a JL foi homologado pelo então prefeito Carlos Moraes Costa – sem licitação – no dia 13 de fevereiro do ano passado. O objeto era o aluguel de 12 ônibus por durante três meses, com o valor global de R$ 715.743,87. Em vez de ônibus em condições de circular, a empresa disponibilizou veículos velhos e com documentação atrasada, mas mesmo assim venceu a licitação feita três meses depois e firmou, em agosto de 2017, o segundo contrato.

 

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