Crise financeira em Casimiro de Abreu não é tão feia como se pinta

Orçamento do município para o exercício deste ano já foi superado em R$ 14 milhões e a receita de 2017 foi maior que a arrecadação de 2016

 

Com cerca de 43 mil habitantes, o município de Casimiro de Abreu, no interior fluminense, está arrecadando atualmente bem mais do que o volume de recursos registrado em 2016, último ano do antecessor do prefeito Paulo Dames, que completa nesta quinta-feira um ano, 10 meses e 29 dias de mandato, mas ainda não mostrou a que veio. Pelo menos é disto que reclamam moradores, comerciantes e lideranças comunitárias, dando conta de que os serviços essenciais estão sendo tocados de maneira precária e se queixando de que as melhorias prometidas durante a campanha eleitoral não acontecem. Se faltam ações efetivas por parte do governo, sobram queixas. Em 2017, por exemplo, a Prefeitura arrecadou R$ 17,8 milhões além da receita registrada e o orçamento previsto para o exercício de 2018 já foi superado em R$ 14 milhões.

Com apoio da maioria dos membros da Câmara de Vereadores, Paulo Dames não encontra dificuldade alguma para governar. Os requerimentos de investigação são barrados em plenário por sua tropa de choque, liderada pelo vereador Alex Neves, seu genro. Se a Câmara não atrapalha e o dinheiro está entrando o que se pergunta é: Por que as coisas não estão acontecendo, a saúde vai mal e serviços como o da limpeza urbana, por exemplo, são bastante questionados?

De acordo com o sistema que registra a receita e os gastos da administração municipal, o orçamento para o exercício de 2018 foi fixado em R$ 237.384.337,56, mas até ontem (28) o município já tinha arrecadado R$ 251.397.966,67. Fora os repasses da Saúde, as transferências constitucionais somavam até quarta-feira R$ 120 milhões, R$ 64,5 em royalties depositados pela Agência Nacional do Petróleo. A média mensal dos royalties este ano é de R$ 5,8 milhões, contra R$ 3,6 milhões em 2017 e R$ 2,8 milhões em 2016, o que sugere que a crise alegada pelo governo na hora de tentar justificar a estagnação não é tão grave assim.

Em 2017, está no sistema, o município arrecadou R$ 238.054.071,46, enquanto no ano anterior, o último da gestão do prefeito Antonio Marcos Lemos, a receita global foi de R$ 220.228.482.18. No ano passado, fora os repasses destinados ao setor de saúde e eventuais recursos de convênios, as transferências constitucionais – incluindo os royalties do petróleo – somaram R$ 91.302.093,55, enquanto que em 2016 as mesmas receitas chegaram ao total de R$ 81.008.522,96. Este ano os repasses constitucionais já estão em R$ 120 milhões.

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