Contratos de iluminação sob suspeita em nove cidades

Representante de empresa denunciada por fraudes em processos licitatórios em São Gonçalo e Silva Jardim está colaborando com as investigações

 

Investigada por fraudes em processo licitatório e corrupção nos municípios de São Gonçalo e Silva Jardim – em inquéritos que levaram à prisão os ex-prefeitos Neilton Mulim e Anderson Alexandre (foto) – a Compillar Entretenimento Prestadora de Serviços, teve uma ata de registros de preços com valor global de R$ 2,4 milhões homologada pela prefeita de Iguaba Grande, Ana Grasiella Magalhães. A ata é resultado de um processo licitatório realizado em 2016 e foi nela que a Prefeitura de Rio Bonito se sustentou para contratar a empresa, sem licitação, para cuidar do sistema de iluminação da cidade. Em Iguaba a Compillar recebeu R$ 943 mil reais por um serviço muito questionado. Todos os contratos assinado pelo poder úblico com esta empresa deverão ser investigados.

Na última sexta-feira (30) foram presos em Silva Jardim – além de Anderson Alexandre – o presidente da Câmara de Vereadores Roni Luiz Pereira, Cláudio Renato Rocha da Silva, ex-assessor-chefe de Anderson o e Jorge Luiz Araújo, nomeado como membro da equipe de apoio e substituto eventual do pregoeiro da Comissão Permanente de  Licitações (CP) da Prefeitura. As prisões ocorreram no âmbito da Operação Apagão, iniciada em agosto de 2017 em São Gonçalo. As investigações do Ministério Público contam com a colaboração premiada de Paulo Roberto de Souza Gruz, representante da Compillar, preso na primeira fase da operação. Durante a investigação inicial chegou-se a conclusão que o modus operandi identificado São Gonçalo teria sido replicado em outros municípios do estado do Rio de Janeiro.

No caso de Silva Jardim o contrato da Compillar só não foi feito por dispensa de licitação – com adesão da ata de Iguaba Grande –  porque a prefeita Ana Grasiella  não teria autorizado o compartilhamento do registro de preços, o que obrigou Anderson Alexandre a abrir um processo licitatório direcionado à empresa de Paulo Roberto, que foi inclusive encarregada de preparar um estudo para que, através de um projeto de lei, a taxa de iluminação pública pudesse ser aumentada de forma a assegurar o pagamento pelos serviços que seriam prestados pela Compillar.

Além de Silva Jardim, Rio Bonito e Iguaba Grande, a colaboração premiada levou à necessidade do compartilhamento de provas para “eventuais práticas de crimes contra a administração pública e da Lei de Licitações” nos municípios de Nova Friburgo, Quissamã, Cachoeira de Macacu, Arraial do Cabo e Itaboraí  “nas contratações celebradas entre o poder público e a empresa Compillar”.

 

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