Com pacientes demais e dinheiro de menos, direção do Hospital da Posse opera verdadeiros milagres no dia a dia

O ônus é todo da Prefeitura de Nova Iguaçu, mas o bônus é usufruído por mais 14 municípios que não colaboram com um centavo sequer, mas são atendidos da mesma forma, pois é para a única emergência existente no corredor da Rodovia Presidente Dutra que mandam seus doentes e feridos em estado grave. Mais conhecido como Hospital da Posse, o Hospital Geral de Nova Iguaçu precisa, segundo seu diretor, de pelo menos R$ 19 milhões mensais para funcionar a contento, mas está operando com pouco mais da metade disto. “É dinheiro de menos e despesas demais, pois somos a esperança de atendimento para um universo de três milhões de pessoas”, diz Joé Setello (foto), diretor 24 horas por dia, inclusive domingos e feriados.

Desde que assumiu o governo – em janeiro de 2017 – que o prefeito Rogério Lisboa vem batendo às portas dos governos federal e estadual em busca do aumento de repasses, pois o hospital é regional, mas a responsabilidade é do município, que tem de tirar dos recursos próprios e do pouco que vem para à rede própria, para cobrir gastos que deveriam ser assumidos integralmente pela União e o Estado ou pelo menos rateado entre os municípios que usam Hospital da Posse para desafogar suas unidades.

Dinheiro de menos – O repasse do governo federal é de apenas R$ 8,4 milhões, verba que também é usada na Maternidade Mariana Bulhões, a única unidade de risco da Baixada Fluminense. O governo estadual está devendo R$ 50 milhões, soma de retenções das transferências pela gestão anterior. Sem alternativa, é a administração municipal iguaçuana que tem de se virar para cobrir uma folha salarial de R$ 9 milhões e assumir os gastos com a manutenção, medicamentos e material de consumo.

Para o governo iguaçuano uma parceria com os municípios da região seria bem vinda, mas o ideal seria o governo federal aumentar o repasse mensal e a administração estadual entrar com pelo menos R$ 5 milhões por mês, já que é na emergência do Hospital da Posse que a bomba de todo o entorno estoura todos os dias.

O esforço político vem sendo feito pelo prefeito Rogério Lisboa, mas Joé faz o meio de campo técnico, levando as informações necessárias para tentar sensibilizar os governos federal e estadual.

Despesa demais – No papel o Estado tem três maternidades na Baixada Fluminense, mas, na verdade, são só duas, pois a Maternidade Mariana Bulhões, de risco, não tem uma rubrica orçamentária própria abastecida pelo governo estadual. Em se tratando de despesas, é uma extensão do Hospital da Posse e aí a Prefeitura de Nova Iguaçu é mais uma vez obrigada a pagar a conta, embora não sejam as mães iguaçuanas as únicas a serem atendidas na unidade.

As outras maternidades são os hospital da Mãe, em Mesquita e o da Mulher, em São João de Meriti. Essas têm as despesas pagas pelo Estado, ficando a Mariana Bulhões nas “costas” do município de Nova Iguaçu.

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