Delação de empresário da iluminação pública pode complicar a vida de uma deputada do PRB e de três ex-parlamentares

O ex-deputado Marcelo Delaroli – atualmente trabalhando com o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni – foi citado na delação premiada do empresário Paulo Roberto de Souza Cruz, um dos donos da Compillar Entretenimento e Serviço, que decidiu colaborar com a Justiça depois de ter sido preso em agosto de 2017 por conta de um esquema de fraude na contratação de sua empresa para fazer a manutenção do sistema de iluminação pública de São Gonçalo. Com ele também foi preso o ex-prefeito daquela cidade, Neilton Mulin. A delação de Paulo Roberto, que ainda levou à prisão o ex-prefeito Anderson Alexandre, de Silva Jardim, segundo revelou com exclusividade a revista Época, cita também a deputada Rosângela Gomes (PR-RJ) e os ex-deputados Walney Rocha e Dejorge Patrício.

De acordo com a matéria da Época, a delação do empresário foi homologada no ano passado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e “em documento de seis páginas sob sigilo, Barroso trata do possível envolvimento de quatro políticos do Rio de Janeiro em crimes”.

Trechos divulgados pela revista – “Narra à PGR que o acordo foi celebrado a partir de investigações no Rio de Janeiro, destinadas a apuração de crimes licitatórios e de corrupção, por agentes locais. Nestas investigações surgem elementos que indicavam a participação de parlamentares federais. Aduz ainda, que Paulo Roberto de Souza Cruz, denunciado em ação penal que tramita perante a 5ª Vara Criminal de São Gonçalo, manifestou interesse em celebrar acordo de colaboração premiada e, nos depoimentos prestados, apontou a existência de prática de crimes por parlamentares federais.’

“Dos documentos juntados ao presente pedido é possível constatar que há elementos indicativos de possível envolvimento de autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante esta Corte, a exemplo dos deputados federais Dejorge Patrício, Marcelo Delaroli, Rosângela Gomes e Walney Rocha, o que atrai a competência do Supremo Tribunal Federal para homologação do acordo.”

Operação Apagão – A colaboração do dono da Compillar resultou em pelo menos mais duas fases da Operação Apagão depois das prisões realizadas em agosto de 2017. Uma ocorreu em Silva Jardim, em novembro do ano passado e, outra nesta terça-feira (19), em Iguaba Grande, em endereços da prefeita Ana Graziela Magalhães, de dois ex-secretários e da presidente da Comissão de Licitação, Valéria Herdy.

 

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