Pode ter “pimenta” na merenda de Resende: cidade dos Sul Fluminense gasta mais que Londrina, que tem 2,5 vezes mais alunos

No último dia 10 de abril, a Prefeitura de Resende prorrogou por mais 12 meses o contrato administrativo 61/2018, que prevê o fornecimento de merenda escolar para os quase 15 mil alunos da rede municipal de ensino. De acordo o termo de aditamento, serão R$ 9.961.246,02 destinados ao custeio do contrato com a empresa Nutriplus, sediada no interior paulista. O valor total empenhado antes da assinatura do contrato era de R$ 7.890.321,73, quando a terceirizada conseguiu vencer a licitação, mesmo apresentando uma proposta de R$ 10.086.209,84, ou seja, R$ 2.195.888,11 mais salgada ao bolso dos contribuintes.

A exemplo de diversas prefeituras Brasil afora, o contrato da merenda de Resende pode estar ainda mais “apimentado” do que se pensa. É o que se pode perceber pelo contrato de terceirização da merenda mantido pela Prefeitura de Londrina, que no início deste ano prorrogou os serviços por 12 meses ao custo de aproximadamente R$ 15 milhões. A diferença é que a cidade paranaense possui 38 mil alunos, segundo informações da administração local. Uma quantidade 2,5 maior do que o número de alunos de Resende. Obedecendo esta proporção, a cidade paranaense paga cerca de R$ 6 milhões anuais para cada grupo de 15 mil alunos, que é o quantitativo aproximado de estudantes da rede municipal de ensino de Resende.

Com a prorrogação, o contrato da merenda promovido pelo governo do prefeito Diogo Balieiro Diniz acumulará R$ 4.266.812,40 de aumento. Mas deverá ultrapassar a marca dos R$ 5 milhões até o final do mandato do político, caso ele decida continuar com a Nutriplus, aos mesmos valores praticados atualmente.

Para se ter uma ideia o salto contratual na merenda de Resende, essa “gordura” de R$ 4.266.812,40 está próxima do custo de construção de três creches, com capacidade para receber 150 crianças cada uma. Foi o caso, por exemplo, da cidade de Birigui-SP, que no ano passado anunciou a construção de uma unidade com 813 metros quadrados de área construída ao valor de R$ 1,5 milhão.

Em 2009, a Nutriplus chegou a ser citada no escândalo da merenda escolar em São Paulo, mas acabou absolvida das denúncias apresentadas pela Promotoria de Justiça  contra a chamada “Máfia da Merenda”. De acordo como o MP paulista, um esquema criminoso teria se iniciado em 2001 e durante mais de uma década um grupo de empresas teria participado de um cartel que combinava preços das licitações, elevando em pelo menos 30% os custos das prefeituras.

Além da Nutriplus, foram citadas as empresas SP Alimentação, Geraldo J Coan & Cia, Sistal Alimentação de Coletividade, EB Alimentação e Serviços , De Nadai Alimentação e Convida Alimentação.

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