PGR será cobrada sobre supostas irregularidades na Lava Jato

Apesar de denúncias documentadas nenhum procedimento investigativo foi aberto até agora

Na próxima quarta-feira a procuradora-geral da República, Raquel Dodge vai receber em audiência o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS). Na pauta possíveis irregularidades em acordos de delação premiada da Operação Lava Jato, entre elas denúncias de favorecimento de escritórios que seriam ligados a juízes e procuradores. “Temos uma documentação robusta que foi entregue à PGR no mês de dezembro, após o depoimento do Tacla Duran na CPI do BNDES. Essas denúncias envolvem relação de juízes com escritórios para que fossem encaminhados clientes que só teriam as suas delações homologadas se contratassem tais escritórios, a ‘panela de Curitiba’. Nós temos denúncias de irmãos de procuradores que também são de escritórios de advocacia que representam o delator”, afirmou pimenta (foto).

Segundo o parlamentar, o objetivo do encontro é questionar a procuradora sobre a documentação entregue por deputados com denúncias do advogado Rodrigo Tacla Duran, a respeito de irregularidades na operação. De acordo com o deputado, há farta documentação que passou por um serviço de autenticação e foi feita uma análise de veracidade, são documentos que têm fé pública. “Temos dificuldade de entender porque, até agora, mesmo com a gravidade do que levamos à PGR, nenhuma medida foi adotada sequer para que se instaure um procedimento investigativo e que essas pessoas que fazem as denúncias possam ser ouvidas. Então, vamos dizer para a procuradora-geral Raquel Dodge que, do nosso ponto de vista, se não acontecer qualquer investigação, estará caracterizado o crime de prevaricação”, conclui Paulo Pimenta.

Um dos casos mais gritantes é o ex-procurador Marcelo Müller, que ajudou nas negociações para a delação premiada do empresário Joesley Batista e dias depois se desligou do Ministério Público para ir trabalhar no escritório de advocacia encarregado da defesa do dono da Friboi. Müller integrou o grupo de trabalho da Lava Jato até pouco antes de Joesley e outros executivos da JBS fecharem acordo de delação premiada. Apesar do escândalo, o Ministério Público Federal não deu um passo para apurar o caso.

 

(Com a Agência Brasil)

 

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