Inelegíveis buscam o poder indiretamente

Ex-prefeitos de Magé, Araruama e Macaé, Núbia, Chiquinho e Riverton ainda buscam o poder, mesmo que indiretamente

Núbia Cozzolino e Chiquinho da Educação lideram lista de maus gestores do TCE, mas querem eleger os seus, assim como Riverton Mussi quer um pedaço de um possível governo de Chico Machado

Magé está a 96 quilômetros de Araruama e nada tem a ver com a cidade da Região dos Lagos, a não ser o fato de ex-governantes liderarem a lista de maus gestores do Tribunal de Contas do Estado; de ambos terem exercidos dois mandatos consecutivos, acumularem pendências com a Justiça e de figurarem repetidamente na lista de prefeitos com contas julgadas irregulares pelo TCE. A ex-prefeita Núbia Cozzolino aparece com oito processos e Francisco Carlos Fernandes Ribeiro, o Chiquinho da Educação com sete. Tem mais: inelegíveis, ambos pretendem devolver o poder ao controle de suas famílias e tentam eleger parentes para a Prefeitura. Ela o sobrinho Renato Cozzolino Harb (PR) e ele a mulher, a comerciante Lívia Soares Bello da Silva (PDT).

Ainda mais distante de Magé, Macaé vive a mesma história: um inelegível chamado Riverton Mussi também quer voltar ao poder por via indireta, “abençoando” a pré-candidatura a prefeito do vereador Francisco Machado Neto, o Chico Machado, com quem pretende dividir um eventual governo. Com muitas broncas no TCE e impossibilitado de concorrer, Riveton até tentou ser deputado estadual em 2014, mas levou pau nas urnas e na Justiça Eleitoral. Sem chances de conseguir registrar a sua própria candidatura, Riverton jura que Chico tem tudo a ver com ele e que por isso caminharão até a vitória, o que certamente os dois terão de combinar direitinho com os eleitores.

Além das broncas na Justiça e das seguidas reprovações no Tribunal de Contas, Núbia Cozzolino e Chiquinho da Educação tem outras coisas que os identificam: o jeito atabalhoado de governar e a maneira de fazer política. Ambos atacam a própria sombra se precisar, classificam concorrentes não como adversários, mas inimigos, não admitem críticas e odeiam a liberdade de expressão quando a pancada é sobre eles, mas não medem as palavras para atingir quem lhes atravessa o caminho.

De acordo com a lista do TCE, Núbia teve contas julgadas irregulares nos processos 217436-8/2009, 217585-5/2009, 218681-2/2009, 218865-0/2009, 219898-0/2007, 221163-7/2006, 227070-0/2008 e 227169-4/2010. Já a gestão de Chiquinho foi condenada nos processos 104052-6/2006, 217663-3/2009, 217781-3/2005, 227779-6/2007, 260819-1/2002, 261467-5/2004 e 261507-9/2003. Quanto a Riverton Mussi, só em relação a processos de desapropriações de terrenos e edificações pertencentes a parentes de vereadores e a membros do governo dele, está sendo cobrada a devolução de mais de R$ 130 milhões aos cofres da Prefeitura de Macaé.

 

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