Abuso pode gerar impugnação em Saquarema

Hamilton Pitico é o candidato oficial do governo. Ele é do grupo do deputado Paulo Melo (Foto:Reprodução/Facebook)

Posto que vende combustível para a Prefeitura foi flagrado abastecendo carros da campanha do candidato oficial com vale gasolina

Um flagrante de possível abuso de poder econômico e suposto uso da maquina administrativa em favor do candidato à prefeito de Saquarema Hamilton Nunes, o Pitico (PMDB), pode acabar com os planos dele e do grupo que governa o município atualmente. Na noite da última terça-feira, por ordem do juiz da 62ª Zona Eleitoral, Bruno Ruliere, três homens foram detidos no Posto Nunes & Costa (Posto Bacaxá), onde carros a serviço da campanha do candidato – que é apoiado pela prefeita Franciane Mota e pelo deputado estadual Paulo Melo – estavam sendo abastecidos. O posto é o mesmo que fornece combustível para a frota da Prefeitura e entre os detidos estava o atual vice-prefeito José Carlos Martins, o Zequinha. Os três foram conduzidos à Delegacia de Polícia local, mas disseram que só prestariam esclarecimentos em juízo.

De acordo com o que foi denunciado à Justiça, um dos detidos estava distribuindo vales-gasolina para os motoristas dos carros que se deslocavam para um comício de Pitico, como o candidato do governo é mais conhecido na cidade, sendo que o motorista do vice-prefeito estaria portando vales no total de cerca de R$ 50 mil. Além de levar os três para a DP, policiais também apreenderam alguns veículos, inclusive o carro do vice-prefeito. A Justiça agora vai buscar esclarecer quem estava pagando a conta, pois o posto de revenda de combustíveis é o mesmo que abastece a frota oficial do município. Em 2013, por exemplo, só com o fornecimento para a Secretaria Municipal de Saúde o no Posto Nunes & Costa faturou R$ 528.357,90, tendo vencido o Pregão Presencial 042/2012.

A prática de abuso de poder econômico, dos meios de comunicação e o uso da máquina administrativa em favor de candidatos ligados ao governo municipal tem sido freqüentes objetos denúncia, mas estas irregularidades são antigas. Em 2012, quando a prefeita Franciane Mota foi reeleita, várias denúncias foram registradas, mas ninguém foi efetivamente responsabilizado até hoje.

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