Uma instituição cara e nada transparente

O presidente Marcelo Santos Rosa (centro) prometeu transparência, mas nada aconteceu ainda (Foto:Divulgação/CMM)

Câmara de Mesquita gastou mais de R$ 5,2 milhões este ano, mas não mostra as contas

Onde e em que a “Casa do Povo de Mesquita”, a assim chamada Câmara de Vereadores do município mais jovem da Baixada Fluminense, está gastando o dinheiro desse mesmo povo que desde 2001 vem pagando caro para manter a “sua casa”, um instituição conhecida por guardar em segredo suas contas e criticada pelo fato de seus integrantes terem fechado os olhos para uma série de irregularidades atribuídas à gestão do ex-prefeito Rogelson Sanches Fontoura, o Gelsinho Guerreiro? Embora a Câmara não revele as contas que deveriam ser públicas, a Casa já recebeu este ano mais de R$ 5,2 milhões e na próxima segunda-feira deverá ser feita a transferência de agosto, uma parcela de R$ 673.147,53. O problema é saber o que está sendo feito com esse dinheiro, já que a tão prometida transparência ainda não saiu do papel, pois os vereadores que levaram 15 anos para descobrir que uma de suas funções é fiscalizar os atos do Poder Executivo, não se movem para abrir a caixa-preta em que a contabilidade da Câmara foi transformada.

De acordo com as estimativas, entre 2001 e 2016 a Câmara de Mesquita recebeu e gastou pelo menos R$ 134 milhões. Este ano foi feitos três transferência de R$ 864.956,00 (janeiro, fevereiro e março) e quatro de R$ 673.147,53 (abril, maio, junho e julho), no total de R$ 5.287.458,12, mas a Câmara que sequer tem um site oficial vão revela nada sobre a entrada e a saída do dinheiro público.

Marcada por escândalos e mau uso do dinheiro público ao longo de seus quase 16 anos de instalação, a Câmara Municipal de Mesquita tem gasto dinheiro com viagens de seus membros para supostas participação em congressos e seminários, despesas consideradas desnecessárias pelo contribuinte que paga essas contas. Um dos casos mais gritantes foi a contratação nada transparente de um curso para os membros da Casa, que ninguém sabe se aconteceu de fato. No entender do Tribunal de Contas do Estado o tal curso foi contratado de forma irregular e isso causou, em 2009, a condenação do ex-presidente André Tafarel à devolução de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos, mas não se sabe quanto já devolvido.

 

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