Câmara de N. Iguaçu continua gastando mais com menos

Apesar de ter devolvido dinheiro a Câmara, proporcionalmente falando, está mais cara que em 2016

Mesmo devolvendo R$ 4,1 milhões, Legislativo ainda está caro demais

“Muitas coisas poderiam ser feitas com este dinheiro. Poderíamos investir em reformas em nosso prédio, oferecer auxílios que os vereadores não têm, como cota de combustível, postal, verba de gabinete, assistência médica, entre outros. Mas o investimento correto a ser feito, levando em consideração o momento atual que nossa cidade atravessa, é doar este dinheiro para o Executivo”. Foi com este discurso que o presidente da Câmara de Nova Iguaçu, Rogério Teixeira Junior, o Juninho do Pneu (PMDB), anunciou em junho à devolução de R$ 2,1 milhões à Prefeitura, a segunda em seis meses, elevando o que ele classifica como doação para R$ 4,1 milhões. Entretanto, basta fazer as contas para se constatar que a generosidade poderia ser maior ainda, pois mesmo com toda austeridade propalada o Legislativo iguaçuano está ainda mais caro que na legislatura passada, quando tinha 12 integrantes a mais, 29 membros contra os atuais 17.

De acordo com os registros da Prefeitura, a Câmara recebeu este ano oito repasses de R$ 2.202.473,48, um de R$ 1.916.530,00 e um atrasado do ano passado, no total de R$ 1.937.776,49, que não pode ser contabilizado como se do exercício de 2017. A soma, tirando o atrasado, é de R$ 19.536.317,84 e deduzindo os R$ 4,1 milhões devolvidos ao Executivo, o montante a ser levado em conta como de custeio da Casa em nove meses cai para R$ 15.436.317,84, uma média de R$ 908 mil por vereador, uma conta proporcionalmente muito mais salgada do que a paga pelo funcionamento do Poder Legislativo entre janeiro e setembro de 2016, quando os repasses do período somaram R$ 17.439.988,41, com a média de R$ 601 mil por cada um dos 29 vereadores.

Na verdade, a redução do número de vereadores de 29 para 17 não contribuiu em nada para diminuir os gastos da Câmara até agora, o que pode ser constatado pela boa e velha matemática, uma ciência exata que o comando da Casa parece ignorar.

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