Mangaratiba quer uma eleição suplementar limpa e segura

E para isso espera que o MP e a Justiça continuem de olho

 

Com cerca de  43 mil habitantes e pouco mais de 36 mil eleitores, Mangaratiba vive dias de apreensão. O município – por conta de denúncias de corrupção, desvio de dinheiro público e crime eleitoral – conheceu quatro prefeitos em menos de três anos e no dia 28 de outubro vai eleger o quinto. E é exatamente aí que mora a preocupação: comenta-se nos bastidores da disputa que há o temor de que o mesmo grupo político tente se manter no poder, embora a escolha vá se dar por votação direta. O medo é de a livre escolha ser atropelada pela máquina administrativa e pela compra de votos, prática nada incomum em regiões com histórico do uso da força e de ameaças veladas. Envergonhadas com os escândalos envolvendo políticos locais, pessoas de bem querem passar o município a limpo, mas para isso dependem que as autoridades permaneçam de olho…

Os cidadãos preocupados citam que o Ministério Púbico e o Poder Judiciário vêm fazendo um excelente trabalho no município. Tanto é assim que investigações do MP resultaram no afastamento e na prisão do prefeito Evandro Bertino Jorge, que fora reeleito em 2012. Ele caiu em 2015 e foi sucedido pelo vice, Rui Quintanilha, substituído em janeiro do ano passado por Aarão Neto, cassado pela Justiça Eleitoral em junho deste ano. Com a saída de Aarão entrou o então presidente da Câmara, Vitor Tenório dos Santos, o Vitinho, que já havia sido denunciado antes por formação de quadrilha e teve prisão decretada no dia 31 de agosto, também por obra do MP.

Vitor perdeu a interinidade, que agora é exercida por um aliado, o vereador Carlos Alberto Ferreira Graçano, o Charlies da Vídeo Locadora, que havia se auto proclamado prefeito por decreto e depois teve que recuar e marcar uma nova eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores, para só então sentar na cadeira de prefeito.

O primeiro sinal de que as autoridades vão por ordem na bagunça foi dado pelo juiz da Vara Única da cidade. Marcelo Borges Barbosa, suspendeu os efeitos do decreto legislativo emitido no dia 6 de setembro pelo então presidente em exercício da Câmara de Vereadores. O  magistrado determinou a eleição imediata para a escolha de uma nova formação da mesa diretora para, só assim, um novo prefeito interino assumir o governo. Foi o que aconteceu, mas ma Prefeitura as coisas não mudaram muito.

Com o decreto de prisão de Vitor – até então candidato a prefeito pelo PDT – que pelo menos nos bastidores já polarizava com o candidato do PSDB, Alan Campos da Silva, o Alan Bombeiro (PSDB), surgiu a informação de que seus aliados, entre eles alguns vereadores, teriam desembarcado em outra candidatura.

 

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