Com campanha de pé no chão Zanata é visto como o ‘Davi’ de Aperibé

Candidato do PSC à Prefeitura enfrenta dificuldades, mas não desiste

No próximo dia 28 – junto com o segundo turno das eleições para presidente da República e governo do Estado – os 8.961 eleitores de Aperibé, pequena cidade do Noroeste Fluminense, voltarão às urnas em pleito suplementar. Vão escolher novos prefeito e vice numa disputa que vem sendo marcada por informações falsas, como a de que o candidato do PSC, Inácio Zanata, teria desistido em favor de outro postulante ao cargo de prefeito. Principal apoiador do candidato que está liderando a corrida ao governo estadual, o ex-juiz Wilson Witzel (também do PSC), Zanata, está nas ruas à duras penas. Sem dinheiro, a campanha é feita de pé no chão, na base da sola de sapato…

Além de Inácio Zanata está na disputa Vandelar Dias (PSDB) e o vereador Virley Figueira (PP), prefeito interino, que substitui Flavio Diniz Berriel, o Dezoito, cassado pela Justiça por práticas ilegais durante a campanha de 2016. “Sou candidato, nunca pensei em desistir. Agora estou mais animado ainda com a possibilidade de termos um governador com o qual possamos definir boas parcerias”, afirma.

Na verdade, a nova eleição para prefeito já estava desenhada há mais de um ano – quando os dois processos que resultaram na cassação de Dezoito foram julgados em primeira instância – e o que se pensava nos meios políticos é que a chapa Vandelar Dias-Inácio Zanata, que ficou em segundo lugar em 2016, se repetisse agora, mas Vandelar escolheu o vereador Rodolfo Salvador como vive e Zanata buscou um novo caminho.

Apesar de pequeno, o município de Aperibé tem um histórico de uso da máquina administrativa nas campanhas, com trocas de favores e captação ilícita de votos, o que correu solto nas eleições de 2012 e 2016. Como resultado foram movidos processos de cassação e dois prefeitos perderam a cadeira. O primeiro a ser destituído foi Flávio Gomes de Souza, apeado do cargo em 2015. Seu sucessor foi o então presidente da Câmara de Vereadores, Flávio Diniz Berriel, que entrou para a história da pequenina cidade como o político que foi cassado duas vezes em dois meses.

Flávio Gomes renunciou ao mandato de prefeito, depois de esgotar todas as possibilidades de recursos no processo em que fora cassado por doar cestas básicas e sortear eletrodomésticos durante a campanha em 2012. Já Flávio Berriel foi denunciado por um esquema de captação ilícita de sufrágios. Ele foi acusado de usar dinheiro da Prefeitura para comprar materiais de construção e doar a moradores de um bairro da periferia da cidade, nas vésperas das eleições, além de fazer contratações de pessoal em período vedado pela legislação eleitoral.

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