Ceciliano faz uma ‘limpa’ na Alerj

Nomeados de Picciani e Paulo Melo foram exonerados com uma canetada só

 

Embora condenado a 21 anos de prisão por prática de corrupção, apontado pelo Ministério Público Federal como um dos cabeças de um esquema de recebimento de propina, do qual participavam ainda o ex-deputados Edson Albertassi e Paulo Melo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, ainda estaria se sentindo com força suficiente para exigir a permanência de indicados seus em cargos da presidência da Casa. De acordo com uma fonte ligada à Alerj, Picciani teria dito ao presidente André Ceciliano – que já havia exonerado vários apadrinhado do ex-cacique – de que teria de ser “tudo ou nada”. Ao que tudo indica, André (foto) “peitou” o ex-todo-poderoso e optou pelo “nada”, pois demitiu cerca de 70 assessores restantes, indicados do ex-presidente e de Paulo Melo.

As exonerações amenizam bastante o clima entre os deputados que querem esquecer a era Picciani-Paulo Melo e buscam construir uma nova história no parlamento. Porém, ainda existiriam nos quadro da Alerj pelo menos quatro assessores do deputado Luiz Martins (PDT), um dos preços na Operação Furna da Onça, realizada pela Polícia Federal no dia 8 de novembro do ano passado, quando foram presos ainda os deputados André Correa (DEM); Francisco Manoel de Carvalho, Chiquinho da Mangueira (PSC); Jairo de Souza Santos, Coronel Jairo (MDB – não reeleito); Marcelo Simão (PP); Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinícius, o Neskau (PTB).

A “canetada” de André Ceciliano, de acordo com alguns parlamentares, teria servido também para aparar as “asas” do deputado Max Lemos, que, na visão de observadores mais atentos, estaria se sentido herdeiro da “força” de Picciani, pelo fato de ter convivido diretamente com o ex-presidente no comando da Alerj por vários anos. Para estes, Lemos “estaria interferindo em algumas nomeações, a ponto de ter tentado vetar o ato de cessão de um funcionário de carreira do Tribunal de Contas à Casa, o vereador Elerson Leandro Alves (PPS), por este ser a única voz de oposição na Câmara de Queimados”.

 

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